Eu só queria um amor desses que duram pra sempre. Fui à procura dele, fugindo dos amores que são diferentes. Aqueles que são falsos ou superficiais, ou impossíveis e inacessíveis, porque essa palavra diz muito.
Dei de cara com um monte de coisas, aceitei umas e me arrependi. E como sempre me fiz de vítima. Esse parece ser meu papel favorito. Em qualquer teste eu só disputo isso. Não ser o culpado e sim o coitado.
Passei por várias ruas e por várias cidades até cair no poço daqui da frente da nossa casa. O poço era ridículo de tão raso e eu, ridículo, de tão dramático. Chorei durante semanas até tomar coragem e seguir a diante. A busca pelo amor que dura pra sempre.
Dessa vez pareceu mais fácil. Não durou nem uma semana e o tal potencial amor estava por lá. De perna torta, cabeça grande e olhos esbugalhados. Não bebia, não comia e fazia piadas sem-graça. Mas a vontade de senso de humor já era melhor do que sua total ausência. Já havia provado desse gosto e não era bom.
Esse amor me iludiu. Ou talvez eu mesmo tenha me iludido. Eu ficava ligando pra saber dele, se ele acordara bem, se lembrara de lavar o rosto e escovar os dentes antes de sair de casa. Mas eu nunca estive mesmo preocupado com ele. Era só pra ele não esquecer de mim.
Eu tenho dessas coisas, sabe? É só pra não esquecerem de mim, é só pra gostarem de mim, é só pra transarem comigo, é só pra que me odeiem. Eu faço de tudo. Eu ligo, finjo ser ciumento. Finjo ser infantil e finjo ser maduro. Ser maduro é mais difícil. Talvez porque eu seja infantil.
Ou isso é só conseqüência da constante ausência do bendito amor que dura pra sempre. E da minha bendita insistência em achá-lo. Achar um amor que dura pra sempre num amor de um mês. Mas me dizem que não é uma questão matemática. Que é uma questão pessoal.
Nunca fui bom com questões pessoais. Por isso eu tô sozinho. Por isso eu sou ninguém, sou um nickname. E quando me dizem isso, sei que é algo que só eu posso resolver e deixo de ser a vítima. Isso me tira do sério. Perder meu papel. Aquele que eu sempre tive a arrogância de achar que interpreto tão bem.
Hoje eu perdi um amor de um mês. Conseqüentemente, uma busca de alguns outros. Meses. E quando a busca parece inútil, a falta dos amores superficiais atinge com toda a força do mundo.
Tá triste, grande e sem sentido.
Me aceitem. Voltei.
Ouvindo: Amor até o fim – Elis Regina
Dei de cara com um monte de coisas, aceitei umas e me arrependi. E como sempre me fiz de vítima. Esse parece ser meu papel favorito. Em qualquer teste eu só disputo isso. Não ser o culpado e sim o coitado.
Passei por várias ruas e por várias cidades até cair no poço daqui da frente da nossa casa. O poço era ridículo de tão raso e eu, ridículo, de tão dramático. Chorei durante semanas até tomar coragem e seguir a diante. A busca pelo amor que dura pra sempre.
Dessa vez pareceu mais fácil. Não durou nem uma semana e o tal potencial amor estava por lá. De perna torta, cabeça grande e olhos esbugalhados. Não bebia, não comia e fazia piadas sem-graça. Mas a vontade de senso de humor já era melhor do que sua total ausência. Já havia provado desse gosto e não era bom.
Esse amor me iludiu. Ou talvez eu mesmo tenha me iludido. Eu ficava ligando pra saber dele, se ele acordara bem, se lembrara de lavar o rosto e escovar os dentes antes de sair de casa. Mas eu nunca estive mesmo preocupado com ele. Era só pra ele não esquecer de mim.
Eu tenho dessas coisas, sabe? É só pra não esquecerem de mim, é só pra gostarem de mim, é só pra transarem comigo, é só pra que me odeiem. Eu faço de tudo. Eu ligo, finjo ser ciumento. Finjo ser infantil e finjo ser maduro. Ser maduro é mais difícil. Talvez porque eu seja infantil.
Ou isso é só conseqüência da constante ausência do bendito amor que dura pra sempre. E da minha bendita insistência em achá-lo. Achar um amor que dura pra sempre num amor de um mês. Mas me dizem que não é uma questão matemática. Que é uma questão pessoal.
Nunca fui bom com questões pessoais. Por isso eu tô sozinho. Por isso eu sou ninguém, sou um nickname. E quando me dizem isso, sei que é algo que só eu posso resolver e deixo de ser a vítima. Isso me tira do sério. Perder meu papel. Aquele que eu sempre tive a arrogância de achar que interpreto tão bem.
Hoje eu perdi um amor de um mês. Conseqüentemente, uma busca de alguns outros. Meses. E quando a busca parece inútil, a falta dos amores superficiais atinge com toda a força do mundo.
Tá triste, grande e sem sentido.
Me aceitem. Voltei.
Ouvindo: Amor até o fim – Elis Regina