O poeta pede ao seu amor que lhe escreva
Amor de minhas entranhas, morte viva,
em vão espero tua palavra escrita
e penso, com a flor que se murcha,
que se vivo sem mim quero perder-te.
O ar é imortal, a pedra inerte
nem conhece a sombra nem a evita.
Coração interior não necessita
o mel gelado que a lua verte.
Porém eu te sofri. Rasguei-me as veias,
tigre e pomba, sobre a tua cintura
em duelo de kordiscos e açucenas.
Enche, pois, de palavras minha loucura
ou deixa-me viver em minha serena
noite de alma para sempre escura.
Federico García Lorca
(Tradução: William Angel de Melo)
6 críticas:
olha... gosto de poemas... mas nem sempre entendo exatamente o que ele quer dizer...
umBeijo!
***
sabia q ele era gay?
"Enche, pois, de palavras minha loucura ou deixa-me viver em minha serena noite de alma para sempre escura."... me identifiquei... ótimo teu blog.. abração ;D
Ah... Memórias.
Ninguém mais morre de amor, só de bala perdida.
Achei os 2 últimos versos uma tradução do que você sempre diz por aqui. Acertei?
Federico garcia Lorca e magnifico!!!
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