Lorca

segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Artesanato de Antonio de Castro

O poeta pede ao seu amor que lhe escreva

Amor de minhas entranhas, morte viva,
em vão espero tua palavra escrita
e penso, com a flor que se murcha,
que se vivo sem mim quero perder-te.
O ar é imortal, a pedra inerte
nem conhece a sombra nem a evita.
Coração interior não necessita
o mel gelado que a lua verte.
Porém eu te sofri. Rasguei-me as veias,
tigre e pomba, sobre a tua cintura
em duelo de kordiscos e açucenas.
Enche, pois, de palavras minha loucura
ou deixa-me viver em minha serena
noite de alma para sempre escura.

Federico García Lorca

(Tradução: William Angel de Melo)

6 críticas:

Arsênico disse...

olha... gosto de poemas... mas nem sempre entendo exatamente o que ele quer dizer...

umBeijo!

***

FOXX disse...

sabia q ele era gay?

Drico disse...

"Enche, pois, de palavras minha loucura ou deixa-me viver em minha serena noite de alma para sempre escura."... me identifiquei... ótimo teu blog.. abração ;D

Bruno disse...

Ah... Memórias.
Ninguém mais morre de amor, só de bala perdida.

Paul disse...

Achei os 2 últimos versos uma tradução do que você sempre diz por aqui. Acertei?

Mauri Boffil disse...

Federico garcia Lorca e magnifico!!!