Álcool

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
Artesanato de Antonio de Castro

Acabei de chegar da festa de confraternização do serviço. Foi em um hotel fazenda, tudo muito a vontade. As pessoas ficaram de roupa de banho, beberam, dançaram funk, tudo foi muito tranqüilo, tirando os percalços que surgiam.

Minha colega, que acabou de terminar com o namorado, aqueles que eram heteros e que passavam por problemas na relação, ela saiu com um rapaz desconhecido na frente de todo mundo, um dia depois de ter alugado a todos que o término de seu namoro gerou um quase suicídio e uma crise nervoso tratada com remédios fortes de tarja preta.

Meu amigo hetero, aquele por quem um dia eu achei estar apaixonado, dançou bem, ficou sem camisa, se bronzeou daquele seu jeito peculiar e se mostrou bem simpático com todos; até comigo, que a cada palavra amiga seguida de um sorriso que ele me dizia era respondida com um olhar de nojo e cara de quem não agüenta mais ele.

Acho que não agüento mais ele. Não suporto mais seu jeito grande e gordo, sua risada alta, a cor vermelha que fica a sua pele quando fica no sol, seu perfume barato e comum, tudo. Não suporto mais o jeito como ele é previsível, como é simples, como é idiota e feio e gordo e chato e infantil e todos os adjetivos que dêem noção de algo que não vale a pena.

Meu ex-namorado desde a ida se aproximou do novo casal estranho motivo de comentários por todos na firma. Os dois de quem todos desconfiam ser bissexuais, aqueles que um dia me acalmaram, pois já não estava mais no olho do furacão de apostas de ser gay, mas que agora me preocupavam.

Meu ex-namorado se aproximou deles e isso me preocupa. Ele tem passado por momentos difíceis, como eu já disse, está triste com tudo, e se aproximar desse tipo de gente não é o que eu diria ser adequado para ele nesse momento.

Digo esse tipo de gente porque eles não são como nós, eu e ele. Não estão juntos por causa de um sentimento de amor. Eles são bissexuais que freqüentam raves, fumam maconha, usam todos os outros tipos de drogas ilícitas e transam com pessoas por nada. Bebem até encher a cara e vomitam.

Hoje pude ter uma amostra disso, quando no fim da festa, um deles se trancou várias vezes no banheiro químico para vomitar repetidas vezes, quando um pouco mais cedo o garoto novo meteu a mão no cu do outro que estava desacordado no meio de todos os homens que desconfiam deles.

O sentimento foi sem igual. Pior quando, depois do vôito eu ouvi a voz enrolada de meu ex-namorado, falando alto, dizendo para que o mais bêbado ficasse bem. Ele estava bêbado. O homem por quem um dia eu já tive um amor sem igual, o meu primeiro homem, quem me mostrou o que era o sexo e como ele era com amor, esse homem estava bêbado e falando com pessoas que eu desprezava, e se eu não as desprezasse passaria a desprezá-las pelos fatos da festa e os seguintes.

Bichas sujas e drogadas. Eu não queria que meu ex-namorado virasse um deles. Não queria ouvi-lo chama-lo por apelidos carinhosos, não queria que a solução para acabar com os problemas dele fosse beber ao lado dessas pessoas e se aproximar delas e ser uma delas.

Passei todo o retorno olhando para ele, querendo espiar o que ele estava fazendo com aquele garoto novo, enojando os risos bobos que ele dava por causa da bebida, diferentes dos risos que dávamos juntos depois que transávamos. Ficava nervoso a cada olhada, pedia para que ele sentasse, para que descansasse e ficasse quieto.

Ele não está acostumado a beber. Eram tantas coisas que eu queria dizer. Tantas coisas que não podiam esperar. Estava preocupado com ele. Preocupado que ele estivesse fazendo algo que seria o início de sua derrota. Preocupado de estar envolvido com os atos impensados e prejudiciais de alguém.

No fundo eu sabia. Não precisava nada para eu saber eu ele estava assim todos esses dias por causa do fim da nossa relação. Não sei se era a falta sexo ou a falta de mim, só sabia que era isso. Meu medo era tudo ter piorado quando sem perceber disse que desconfiava que esse rapaz novo fosse homossexual. Medo que ele tivesse se interessado em tentar sem perceber que aquele não era um tipo que valia a pena, que aquele era o tipo do qual tínhamos de nos afastar.

Estava com medo de ele ter se aproximado desse rapaz hoje no início da festa com a intenção de ter alguém com quem esquecer de vez do que nós vivemos e o meu medo não era por ele esquecer e sim por ser com aquele garoto.

Decidido a conversar com ele, ainda que estivesse bêbado, fomos ao shopping. Sentamos na praça de alimentação e falamos. Falei tudo. Tudo que eu achava, toda a minha raiva minha decepção, tudo. Ele só me disse que não estava vendo-o desse jeito, ou seja, não tinha intenção nenhuma com o tal garoto, me disse que não queria ficar com ele e que só bebeu para esquecer de mim.

Disse que diz meu nome mentalmente o dia inteiro repetidas vezes e que nunca amara ninguém, como me amava. Que mentira em relação a sua anterior relação, que ela não existira, que ra tão virgem quanto eu, que nunca havia ficado nem feito sexo com ninguém.

De repente ele me pareceu tão sem nenhuma defesa, eu não fui capaz nem de comentar as mentiras. O fiz jurar que não se aproximaria daquele garoto, ainda que eu ache que se eles forem amigos por, sei lá, dois meses será o suficiente para estarem transando. O garoto iria dar o cu para ele, iria comer ele, ele iria comer o outro e dar para o outro e gozariam um na cara do outro, mas tudo não passava de carne. A vida não é um filme pornô.

Me preocupo com ele, com o fato de ele chegar em casa falando fofo de tanta bebida ingerida, com o fato de ele não estar sabendo levar essa situação da melhor forma possível, com o fato de a única solução seria uma mentira. Eu ficar com ele porque estou preocupado com ele. Não seria justo com ele. Não seria justo comigo.

Me preocupa o fato de ele dizer que nuca mais vai me esquecer, que sempre vai me amar, que não quer mais ninguém. O fato de ele tentar achar motivos que nem eu sei quais são para explicar isso que acontece, o fim. O fato de ele achar que é um problema físico porque eu tenho fantasias com homens gordos e ele é magro, com o fato de ele achar que o fim veio porque eu me apaixonei pelo meu tal amigo hetero, de quem eu não consigo mais nem ouvir a voz.

Foi uma longa conversa, que acho que vou ter de repetir amanhã com ele sóbrio. Ele me disse uma série de coisas, eu disse a ele mais outra série. Só esqueci de dizer que o amo. Demais. E tive oportunidades. Quando ele me disse que sabia que eu não mais o amava. Eu não falei. Quando ele desligou o telefone, uma hora depois, dizendo várias q=vezes que me amava. Eu não falei. Medo.

Medo de ele achar que esse amor era amor de carne. De ele achar que eu o estou confundindo.

4 críticas:

Anônimo disse...

Infelizmente nunca lhe vi pessoalmente até gostaria de te conhecer. Até pq me parece que vc mora em Sampa e eu em BH. Um dia quem sabe não tenha coragem de me mostrar para vc no orkut.

Fláh disse...

O alcool as vezes faz as pessoas dizerem o que não querem, ou aquilo que queriam e nao tinham coragem.

Tem 3 presentinhos pra vc no blog.

:)

Fláh disse...

Ops vc ja viu.
:x

To tão atrazada. hahaha

:)

kah disse...

o/

Vlw pelos selos, na minha proxima postagem posto os devidos agradecimentos.

Esse lance do amigo het eh osso, tb jah passei por isso, de gazear aula pra non ter q dividir o mesmo espaço q ele de tanto saturado que eu estava dele.

Esse lance do ex eh serio mesmo, tb fico meio mal quando uma pessoa proxima está com problemas e naum me conta(apesar de eu fazer isso com quase todos os meus amigos).

Vlw mesmo pelos selos(*muito feliz*)

fique bem...

Kah