Amor

sábado, 28 de junho de 2008
Artesanato de Antonio de Castro

Até ontem pensava que o amor era algo desconhecido, hoje sei que é algo que já vivi. Ao encontrá-lo ontem, percebi o quanto tudo o que vivemos foi importante para mim, ainda que não seja nada comparado ao que eu imaginei que vivemos durante todos esses anos.

Dobrar a esquina do corredor do sexto andar e descobrir você sentado, lendo um livro, seu perfil concentrado, me esperando na frente da minha sala de aula. Tantas coisas aconteceram ao mesmo tempo, foi como ter tudo na mão e um filme passar na sua cabeça. Como se aos poucos estivéssemos de novo na escola, voltando três anos.

Foi como se eu não soubesse o que fazer ou o que falar quando os oito metros que nos separavam acabasse. E eles acabaram. Lá estava você, se levantando para me abraçar, na frente de todo mundo. Mostrando ao mundo que estava lá por mim, que de algum modo misterioso, descobriu a minha aula de sexta-feira e decidiu ir lá para minha sala me esperar.

Você me abraçou e o abraço disse mais do que tudo o que já me fez, mais até que o beijo que me deu na rua. Aquele beijo teve gosto de reencontro, no auge de um momento em que não nos conhecíamos mais. O abraço de ontem não, o abraço de ontem foi amor.

O tal amor sobre o qual eu comecei a falar. Você me tocou e massageou minhas costas, sem se importar para meus colegas, muitos deles eram seus colegas também, época da escola. Você jogou tudo pro alto e pediu pra comer alguma coisa comigo.

E não tirou os olhos dos meus olhos enquanto conversávamos. A conversa não foi lá muito proveitosa, nunca muda nada, mas eu sei que as coisas não mudam assim de uma hora para outra. Nem eu sei se quero que mude.

Suas promessas talvez não sejam o suficiente para mim. Talvez eu prefira viver com a lembrança desse nosso abraço, a lembrança do nosso dia multicolorido, quando nos conhecemos por completo e que foi lindo. Talvez eu prefira lembrar também das minhas imaginações e por que não do beijo mal dado que você me roubou nos anos que se seguiram?

Saber que vivi um amor, eu vivi. Basta para mim.

Eu quero um novo amor. E acho que já tenho. Mas parece tão distante. Literalmente. Mais do que qualquer heterossexual que já passou por minha vida pseudoamorosa. Algo virtual e, ainda que virtual, secreto.

Ouvindo: Samba do Grande Amor – Chico Buarque

8 críticas:

Nadezhda disse...

Acho que boiei. Isso aconteceu mesmo?

Encontrar um amor, e ele estar distante, é algo doloroso pra mim ;)

Nadezhda disse...

Como você fez pra deixar os blogs em ordem de atualização?

Rafaela Abreu disse...

me diz, por que é sempre tão sofrido viver um amor?
Será que só é amor se for difícil?

Abraço's

Matheus Thumé disse...

Oi!!

Andei meio sumido, mas to voltando...

Nossa, lindo isso... Agora, fica a pergunta?? Foi real ou não?!?!

Abs!!

Râzi disse...

Estar aberto para o amor é o mais importante de tudo, meu querido!

Beijão!

Leo disse...

Tô com os olhos cheios d'água.
Ler esse texto me dá uma esperança na vida e no mundo!
Muito feliz por vc!

Vc lê o blog do Secret boss?
Tem 3 posts sobre minha relação com o meu amigo. Se puder dá um pulo lá. Queria que você lesse.

http://thesecretboss.blogspot.com/

bjs

Fláh disse...

Eu acho tão gostoso reencontrar pessoas que deixaram uma sensação boa em nós em tempos passados.

Ainda mais quando a sensação foi amor.

Eu tava realmente com saudade de vim ler seus textos.

ps: Como você fez pra deixar os blogs em ordem de atualização? [2]

Anônimo disse...

acho que o amor e a dor anda lado a lado