Ponto final

Há alguns minutos atrás meu celular tocou e eu atendi um número privado. Era o menino do beijo na rua. O menino que há algumas semanas noivou e colocou fotos do noivado no Orkut. Agora ele queria sentar para conversar comigo. Precisava consertar sua vida, que sentia sua minha falta.

O que disse se resumiu a poucas palavras:

“Você já me fez muito mal. Mas agora acabou. Eu não quero mais. Eu não vou
deixar mais. Você ao gosta de mim, nem eu gosto de você. Vamos viver as nossas
vidas. Finja que você não conhece mais o meu número. Não me faça mais não
atender nenhuma ligação de número privado, porque se for preciso, para nunca
mais falar com você, eu não vou mais atender. Não me ligue mais. Nunca
mais.”

Ele só disse que nunca me esqueceria. E que quando eu quisesse bastava eu ligar para ele ou deixar um depoimento no Orkut porque ele estaria me esperando.

Desliguei o telefone. Excluí ele do meu Orkut, do meu MSN. Apaguei o número dele do meu celular. Da minha agenda de telefones de casa. Cortei os laços completamente.

Agora eu só volto a falar com ele se um de nós dois, eu ou ele, não tiver um pingo de orgulho.