Mal Amador

domingo, 25 de novembro de 2007
Artesanato de Antonio de Castro

Me sinto bem melhor hoje, depois desse longo período de sofrimento interno e eterno, parece que agora as coisas começam a se ajeitar em minha mente. Assim espero, rezo para que amanhã quando chegar ao serviço não me veja novamente envolvido em palavras que só têm significado para mim.
Depois de algumas reflexões e depoimentos que encontrei fussando a internet, descobri que esse meu amor platônico pelo hetero com o qual divido as horas de metrô não passa disso, amor platônico.
Amor platônico é coisa para pessoas covardes ou para crianças. Não sou covarde nem sou criança. Cheguei a conclusão de que mesmo que ele me diga que gosta de mim e que está confuso quanto à sua sexualidade, pois o que sente por mim é diferente de tudo que sentiu por seus amigos homens, mesmo que tudo isso aconteça, a alegria vai ser imediata e curta.
Depois de algum tempo vou enjoar dele e ver seus defeitos e perceber que ele não era o que queria, porque afinal de contas já consigo ver muitos dos seus defeitos agora.
Vai acontecer como aconteceu com meu último relacionamento, que por algum tempo não havia problemas, mas que de repente eles, os problemas, começaram a surgir aos montes. Eu vou ver o quanto ele é diferente de mim, como já aconteceu, vou ver que não combinamos e que nossa relação é baseada estritamente em necessidade sexual.
Vou ver que as piadas que ele faz são mais sem-graças do que eu já sabia que eram e vou começar a ter vergonha quando lembrar mentalmente que namoro com ele.
De repente me pego mais realizado percebendo que não vou me apegar o bastante a nenhuma pessoa que surja na minha vida por que todas essas pessoas nunca vão ser boas o bastante para mim. Dizer que me ama não vai ser o suficiente para mim e quando deixar de ser essencial, eu vou fazer como estou fazendo agora terminar.
A verdade é que eu nunca vou encontrar a pessoa que vai conseguir me transformar numa pessoa menos volúvel e isso me acalma pois afinal de contas isso significa que eu não vou sofrer muito tempo por ninguém. Sempre aparecer uma pessoa que não gosta de mim para eu achar que é a pessoa certa e depois de algum tempo, vou encantar a pessoa e vou cansar e largá-la e tudo não vai deixar de ser passado distante depois que surgir mais uma pessoa para conquistar.
Percebo que estou aceitando minha condição de extremo egoísta, com o mais genuíno espírito conquistador, a lei da selva, que diz que depois que se conquista algo ela perde a importância. Se essa não for a lei da selva, me refiro à lei que diz isso.
Enfim, esse é um post escrito depois de uma aceitação interna e esplêndida, que espero ter papel fundamental na minha vida a curto e longo prazo, me fazendo ver o mundo com olhos mais realistas, prevendo atitudes trágicas e tristes que serão tomadas por mim em minhas relações emocionais.

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