Profissional

quarta-feira, 21 de novembro de 2007
Artesanato de Antonio de Castro

Aos poucos vou ficando mais confuso em relação à minha vida. Peço a Deus para que me tire da cabeça pensamentos que me atormentam e me tornam uma pessoa mais dependente de fatos impossíveis.
Não quero ver minha felicidade ameaçada por meia dúzia de ilusões bobas que afloram nessa cabecinha de que para umas coisas tanto me orgulho mas que para outras, como o amor, só me traz problemas fenomenais.
Hoje fiquei sabendo que fui contratado no meu serviço. Na verdade, não sei se ficou claro mas ainda estagio, e hoje fiquei sabendo que minha carteira fora assinada há quase um mês. Concomitante a isso, surge uma oportunidade de aprender, em minha vida profissional. Acredito que tudo que adqüirimos de conhecimento novo é válido e, mais que isso, bom para meu crescimento. Acredito que sou valorizado a cada informação que engrossa minha experiência profissional hoje limitada.
Há algum tempo fui chamado para participar de um treinamento em meu serviço, um estagiário participando de um curso. Sei que é estranho, mas aceitei acreditando que aquilo seria bom para mim e para a empresa. Hoje foi o último treinamento, no qual acho que fui muito bem. Pude enfim ter certeza de que vou me dar bem em qualquer coisa que me dedique, o que temia não ser verdade.
Mas de fato é. Continuo com meu espírito determinado e sempre querendo me superar. Acho que me superei. Meu rendimento no treinamento com toda certeza foi mais que o esperado por muitos e acredito que poderei ajudar e muito minha empresa.
Só o que me preocupa é o fato de ter sido meu ex namorado o organizador do treinamento e uma das pessoas que escolheram os que participariam. Temo que não tenha entrado só porque ele se envolveu comigo e não porque tenha sido merecedor da confiança de todos eles. O engraçado que o outro organizador é justamente o o homem hetero por quem acredito estar apaixonado ou estar alimentando uma paixão insana que nem mesmo existe.
Mas isso é um assunto que não me diz respeito. O que me diz respeito é o rumo que minha vida emocional toma...
Tão confuso o que tem acontecido. Segunda... Acho que foi na segunda, acredito que esse dia foi realmente o fim do meu namoro. Depois de alguns encontros em que não trocávamos mais que duas palavras no corredor durante a manhã, ele decidiu se abrir comigo e contar que para ele seria impossível conviver comigo e ter que aceitar que meu sentimento não existia, que pensava em mim em todo os minutos e que meu cheiro lhe fazia lembrar das épocas boas.
Que não dava pra ele que tudo não passasse de sexo, que não conseguiria transformar seu sentimento em algo tão superficial. Muitas vezes nem tinha palavras e colocava as mãos nos olhos. Eu com medo de que ele começasse a chorar. Eu tomado por um carinho misto de tristeza por não poder lhe retribuir e ressentimento por ter-lhe obrigado a sentir tudo aquilo.
Ainda acredito que se eu não tivesse tocado no assunto amor ou sentimento quando acho que ainda nem era sentimento mas carência, para ele tudo não passaria de sexo e sacanagem e hoje seria bem mais fácil para nós dois.
Mas não foi assim que aconteceu e a culpa foi minha, disso tenho certeza... Mas o que fazer?
Aceitar a realidade e me desculpar com ele. O pior é que depois dessa conversa difícil pra mim e pra ele, minha nova paixão, digamos assim, ainda que não seja verdade, chegou em minha sala e nós começamos a conversar e não posso controlar minha empolgação ao lhe ver ainda que tente. Tal como era uns dias atrás quando encontrava meu ex namorado.
Segundo ele, foi a certeza para ele de que eu estava gostando mesmo desse hetero que vai acabar com a minha vida. Pra mim foi a certeza de que eu gostaria de ainda amar quem me ama.
E a cada minuto no treinamento em que nós três participamos minha certeza se intensificava. A cada vez que involuntariamente lançava um olhar apaixonado que era ignorado por um e percebido por outro.

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