Círculo

sábado, 5 de janeiro de 2008
Artesanato de Antonio de Castro

Há um tempo sem postar, mas estou de volta. Antes tarde do que nunca. E principalmente, em um ano novo, começando tudo de novo. Meu reveillon foi melhor do que imaginava. Fui pra Ipanema, bebi, dancei a rave inteira e curti muito. Adorei.

Também foi a vez de pela primeira vez ter sido cantado em um lugar. Vários garotos, uns até bonitos, chegaram a mim e perguntaram se eu estava sozinho. Uma pena que eu não estava.

Minha amiga levou a mãe e a irmã e elas reclamaram durante a festa inteira, ou seja, virei o ano ouvindo duas pessoinhas chatas falando e resmungando de tudo e de todos que estavam ao nosso redor. Tá certo que o ambiente não era dos mais saudáveis, mas era exatamente do que eu estava precisando.

Vários homossexuais, várias pessoas bonitas e muita bebida na cabeça. Talvez tenha sido por isso que não quis fazer nada com ninguém. Seria da maneira mais errada, inconsciente do que estava fazendo, podendo me arrepender. De mais a mais, também estava com essa minha amiga e sua família, a última coisa que elas esperavam era me ver atracado com outro homem.

Já foi bem estranho os meninos chegarem diretamente a mim, dançarem para mim e sorrirem, cantadas. Todos bonitos e nem um pouco afeminados. Não sei como resisti, mas resisti. O primeiro dia do ano começou tarde para mim, ou cedo se levar em consideração a hora que fui dormir.

Entretanto para mim, o dia só começa quando a gente acorda. Duas da tarde. Dormi até pouco para quem deita na cama às oito da manhã. Muito sono, muitas coisas loucas, muito engraçado.

O dia seguinte era a hora de contar as novidades pro povo do trabalho. Todos riram muito, menos meu ex-namorado. As coisas já estão melhores. Acho que já deu tempo o suficiente pra crise passar. Já são quase um mês ou mais que a gente não está junto. Na verdade, são mais de um mês, é que já me perdi nas contas. A gente não guarda o dia que um sonho acaba.

Meu amigo hetero é outra novela. Nos primeiros dias do ano, nessas horas extras em que ficamos trabalhando no cadastro computadorizado da firma, conseqüência daqueles cursos que foram ditos no post Profissional, ele decidiu chamar todos que estavam lá para ir de carro com ele.

Há um bom tempo eu não ia de carro com ele. Nós saíamos juntos, eu de metrô e ele de carro. Há um bom tempo não dou conversa para ele, não sinto mais vontade, não vejo mais graça alguma nele. Tão gordo e... sei lá. Não vejo mais tesão nenhum nele, na verdade, menos do que já via. O que houve foi um carinho instantâneo pelo que eu imaginei que ele fosse e que não é.

Enfim, eu normalmente iria com uma outra menina para casa, que pega metrô e é muito engraçada, mas ela não me esperou e ficaria muito feio eu ir sozinho enquanto ele e meus amigos iam de carro. Esnobar daquele jeito seria indelicado e mal educado, duas coisas que não sou.

Fui com ele e eu sabia como seria, o último a sair do carro. O pior, o penúltimo seria meu ex-namorado. No banco da frente, conversando muito feliz com meu amigo hetero, algo estranho. Só rezava para que meu ex-namorado não estivesse mentalmente xingando meu amigo hetero, só espero que ele ainda não ache que o fim de nosso relacionamento foi culpa daquela paixão estranha e rápida que surgiu de viagens regadas a falsas risadas e falsas declarações de amizades.

O tratei normalmente, conversei mais do que tinha conversado durante o mês de dezembro inteiro com ele naqueles cinco ou dez minutos em que dividimos o mesmo carro. Sozinhos. Aquela horrível mania dele de falar tocando, meus ombros, minha coxa... Olhava para ele deixando bem claro o quanto não queria que ele fizesse aquilo e ele entendia, tenho certeza.

Mas a viagem acabou, assim como o namoro. Acabou. Não quero mais falar sobre isso, não quero mais ficar ouvindo as dúvidas de meu ex-namorado sobre isso, nem suas lamentações de por que acabou... Não agüento mais. Não tenho vocação para ser tão bom, não tenho vocação para ouvir. Resisti o máximo que pude por tudo que vivemos, que foi muito intenso e inicial, mas não quero mais.

Quero seguir em frente, quero recomeçar.

1 críticas:

FOXX disse...

eita


essa estoria do namorado e do amigo hetero no carro me deixou curioso
vou ler o resto
pra saber mais detalhes