Fim de feriado

terça-feira, 22 de abril de 2008
Artesanato de Antonio de Castro

Folhas e mais folhas para estudar. Eis que chega a semana da minha primeira prova na faculdade. Digamos que eu não seja dos alunos menos competitivos. Sempre fui o melhor da sala, modéstia a parte, ou um dos melhores.

Só a possibilidade de tirar uma daquelas notas medianas, tipo7,0 ou 7,5, me deixa realmente preocupado. Sempre foram as piores notas para mim. Eu não podia reclamar porque sempre havia gente com nota pior, mas também não me sentia satisfeito intimamente.

Ainda que eu trabalhe a minha cabeça com a realidade de que hoje em dia é diferente do segundo grau, de que hoje em dia eu estudo e trabalho e o tempo para se dedicar para os estudos é menor, não consigo aceitar a idéia de não gabaritar a prova da matéria que tenho maior facilidade, sobre a qual discuto com a professora pelo simples motivo que não tenho tempo para ler as malditas 350 páginas.

Tempo eu até tenho, pois estou aqui, escrevendo um post em plena terça-feira à noite, mas o que me falta é disposição. Já é tanta pressão a semana inteira. Estudo, trabalho, trabalho, estudo. O feriadão deveria servir para eu ler todos esses textos e ir para a prova quinta-feira tinindo. Mas não vou.

Porque muitas vezes eu preferi entrara na internet, ver um filme ou um clip novo, me inteirar das coisas de que gosto. Das pessoas de que gosto. Conversar com antigos amigos. Fazer compras.

Acabo de chegar de compras. Mais presentes. Para mim e para amigos. Ultimamente tenho comprado bastante presentes. E eu gosto. Sair para escolher coisas para os outros. Tentar adivinhar coisas que agradariam a quem eu gosto. Além disso é uma ótima oportunidade de eu me distrair.

Quando eu estava namorando, minha distração era cinema e por que não dizer também o sexo? Depois que eu terminei me apeguei às amigas. Ia para todos os lugares com elas e tudo era divertido. Quando as amigas arranjaram namorados, ficou mais difícil e eu não gosto de ser o amigo chato e neurótico que cobra total exclusividade. Aí me apeguei à internet e já me desapeguei (aquela fase negra da vida).

Sem namorado, amigas ou casinhos virtuais, o que sobra é meu pouco dinheiro. Diversão certa e boa desculpa para esquecer o livro de química que me espera em casa, largado na escrivaninha, com um marcado na metade do que deve ser lido e apreendido até quinta-feira às seis da noite.

Mas deixemos o livro no lugar onde ele está. Fechado. Para o remorso ser menor quando aquela nota mediana vier na semana que vem. Falemos do fim do dia. Um dia atípico, já que não fui trabalhar e fiquei vendo coisas do tipo Vídeo Show, que eu não via desde a oitava série.

Fiquei na internet como na época das férias e saí a comprar. Voltei pensando no dia de amanhã e de como seria acordar cedo para ir trabalhar na chuva. Como seria bom se meu amigo hetero me ligasse e me dissesse que iria me buscar em casa.

Quando cheguei em casa minha mãe me disse que ele havia ligado. Desesperadamente, eu sei, liguei para a casa dele. Ele não estava. Estava na casa da namorada, mas a mãe dele, muito atenciosa, disse que passaria um rádio para ele pedindo para me ligar.

Quinze minutos depois meu telefone tocava e ele me dizia que me ligou para avisar que o metrô só ia funcionar depois das sete da manhã por causa do feriado. Nem é preciso dizer a minha decepção com esse telefonema. Lá estava eu pensando em como ir de ônibus para o trabalho.

A conversa foi rápida e seca, mas recompensada pela seguinte. Quando meia hora depois ele retornou, dizendo que ia me buscar amanhã aqui e casa para me levar e perguntando como havia sido meu feriado. Como meu feriado foi muito sem-graça, regado a livro e música idiota, com pitadas de conversas secretas na net, dei brecha para ele falar do dele.

Foram mais ou menos quarenta minutos ouvindo sobre a praia e o resfriado e tudo o mais. Foi bom. Depois ele desligou, com o típico “Beijo, cara”, que ele diz para todos os amigos dele, mas que por alguma razão eu fantasio que para mim é diferente. Como se meu beijo fosse mais beijo. Doentio.

E agora eu nem sei por que estou falando dele.

5 críticas:

Mari disse...

Nossa de cara nova!!! ja tinha um tempo que nao passava por aqui...a falta de tempo me consome! Mas gostei mto do novo visual ta lindo!!!

bjos

Anônimo disse...

CARALHO!(com o perdão da palavra)
Ficou muito bom o template novo do blog.
Que bom que você teve um tempo pra passar aqui..
Ah, nem é depressão não, tá doido, Deus me livre! Mas aqueles dias chatos, sem o que fazer e umas coisas ruins acontecendo. Como eu costumo dizer: "Malditos dias malditos!" heheheh
Mas o feriado foi ótimo, fui pra casa de meus pais e aproveitei o quanto pude.
Ah, e esse filme "Notas sobre um escândalo" é bom demais mesmo, já vi e gostei bastante.
Tava sentindo falta de passar aqui.

Bjs!

Nadezhda disse...

Eu tenho um monte de coisas pra estudat também. Mas me falta coragem de sentar e estudar. (Preguiça pura).

E meu feriado foi bem sem graça também ;)

Leo disse...

Kra, não exija tanto da faculdade, não. Você vai ver que o melhor profissional não é aquele que tirava as maiores notas. Tem muitas matérias que não merecem a sua dedicação para tirar uma nota além da necessária.
Esse negócio de "beijo, kra" é foda, né?! rss
bjs

Anônimo disse...

hahahahah
"texto suicida". vc é ótimo..
continua palhaço hein moço
=D
agora, pode cumprir o passo a passo, é tiro é queda!