Novo rapaz

domingo, 27 de abril de 2008
Artesanato de Antonio de Castro

Acho que está na hora de falar sobre o novo rapaz. Desde que eu passe para a UERJ eu vejo a possibilidade enfim me apaixonar por alguém que goste de mim e valha a pena. Na primeira semana eu já pude perceber um menino.

Ele não é um modelo, nada de maravilhoso. É normal, mas é homem. Um adulto, que trabalha desde os 18 anos, que já está com 25 anos e tem autonomia de vida quase que completa. Mas ou menos o que eu venho procurando.

É claro que de início todas essas informações não passaram de suposições minhas só de ver o garoto, sem nem ao menos trocar uma palavra com ele. Depois vieram outras suposições.

Ele me olhava toda hora, sempre que eu desviava meu olho em sua direção ele estava me olhando. Ele sorria de um jeito diferente quando alguém dizia alguma coisa engraçada e se comportava como se não fosse calouro, o que também me levava a acreditar que ele fosse mais velho.

Uma semana foi o suficiente para descobrir que ele ia embora de trem com dois amigos meus. E na sexta-feira, a segunda sexta-feira de aula, tive a oportunidade de falar com ele e descobrir o quanto ele é engraçado.

Fez piada a todo momento, mais ou menos como eu fico fazendo, rimos por pelo menos de dez minutos enquanto descíamos as rampas da universidade. Daí foi a brecha para sempre cumprimenta-lo. Depois eu achava que poderia conversar com ele, afinal ele sempre me olhava ao chegar atrasado nas aulas e me olhava o resto delas. Sorria para mim cumprimentando a distância, fazendo questão de ser notado por mim e ria sempre das minhas piadas, aquele riso grosso de homem.

Homem. Foi quando eu comecei a achar que ele também era hetero e que eu estava mais uma vez envolvido numa história impossível. Comecei a me amaldiçoar e a achar que eu nunca teria alguém que realmente gostasse de mim em lugar nenhum.

Mas eu não estava apaixonado por ele. Ele era só um garoto engraçado, simpático que por algum motivo me notava. Ele tinha jeito de gay de vez em quando e isso não era delírio meu. Mas brincava com isso como um hetero descontraído brinca. Confundia minha mente. Porque eu gosto de me confundir.

Daí vieram as outras aulas, todas ele chegava atrasado, sentava perto da porta, do outro lado da sala, bem longe de mim, mas me sorria como que cumprimentando. As aulas de laboratório e partiu dele que eu fosse do grupo dele. Ele me convidou. Ou seja, mesmo sem conversar muito comigo, pois era amigo dos meus amigos, era eu quem ele queria em seu grupo e não meus amigos.

Ficamos mais próximos e eu comecei a achar que estava descobrindo alguém novo para mim. Comecei a perguntar sobre seus gostos musicais e por cinema e cheguei a conclusão de que éramos parecidos. E ele era um adulto, daqueles que gostam de rock brasileiro dos anos 80 e assistia desenhos japonês que não passavam na minha década. Achei divertido sermos tão diferentes e tão parecidos e ele também.

Não parava de sorri um minuto sequer na minha presença, e seu sorriso nem era tão bonito, mas era tão espontâneo. Ria e me fazia rir, sempre com algo engraçado, daquelas piadas meio provocações, sabe?

Foram noites boas aquelas em que a cada minuto se confirmava a certeza de um homossexual interessante, eu diria, interessado em mim na vida real. Até o dia em que minha amiga veio me dizer, em uma conversa despretensiosa, que esse ano teria vários casamentos. Inclusive o dele com sua noiva.

Tive certeza de que sou um grandessíssimo infeliz e assim o vou ser para todo o sempre. Não agüento mais estar sempre tão perto de alguém que pode ser meu e nunca chegar lá. Não agüento só conhecer heteros interessantes.

No fundo eu sei que vale a pena ter ele como amigo, ele é realmente um garoto legal, vejo isso enquanto olho as fotos dele e sua namorada no orkut, que eu acabei de achar depois de procurar longamente. Mas fica difícil, quando ele se aproxima sem necessidade de mim e pede meu telefone para poder me ligar no fim de semana para discutir sobre um trabalho de laboratório há semanas feito. Um trabalho sem importância.

Enfim, nunca sei se vejo todos esses fatos maiores do que eles realmente são porque meu desejo era que eles o fossem assim, maiores, ou se eu realmente me apaixono ou me interesso por heteros simpáticos comigo.

Tirem suas conclusões. Eu sou ou não um louco?

10 críticas:

Rafaela Abreu disse...

Nossa, nem sei o que dizer.
Loucos todos somos, não adianta dizer que não.
Mas, olhe, se você vê outra coisa, arrisca.
O máximo que vai ganhar é um não.

Bjin

Nadezhda disse...

Já viu O filme "Eternal Sunshine"? Se viu, lembre-se da parte que o Joel diz que se apaixona por todas as mulheres que são simpáticas com ele.

Talvez seja o seu caso também ;)

Râzi disse...

Não, não é... nem de longe...

Sabe, tem muitos caras que são gays e não se aceitam. E essas amizades mais "chegadas" são como válvulas de escape pra eles terem contato com aqui que realmente desejam...

Mas não fique triste, meu querido. Existe gays interessantes, isso eu posso te dizer!

E olha, vc estuda quase do lado da minha casa!!! hauahauahuhauahah!

Beijão e não perca as esperanças!

:D

Matheus Thumé disse...

Oi!!

Se tu é louco, então também sou!! Hahahah!!

Sempre fico a fim daquelas pessoas - homens e mulheres - impossíveis, que nunca vai rolar nada, sabe??

E o pior é com os homens: invariavelmente fico a fim de algum amigo que, apesar de achar ser um gay em potencial, no fim acaba sendo hetero mesmo... Afff...

Boa semana!

Mari disse...

As vezes so enxergamos aquilo queremos ver. Voce não é louco, so esta carente, e assim quando estamos carentes, todo afeto q as pessoas nos direciona, a gente ja começa achar um milhao de coisas, e que no fim descobrimos q não existiam.
Mas calma, sua hora vai chegar, pena que more tão longe, tenho um amigo de quem me lembro todas as vezes que leio seus posts, acho que voces se dariam mto bem! :)

bjos

Anônimo disse...

Ah, não sumi não.. só alguns pequenos dias!
Que tenso essa situação sua.
Talvez você esteja vendo alguém tão, mas tão legal com você que chega num ponto de não saber se é um interesse ou uma tentativa de criar fortalecer uma amizade.
Lembra que estão na faculdade, no início, e que todos aí se encontram no mesmo barco, muitas vezes bem perdidos. Aí acaba um meio que se apoiando no outro. E isso somado ao turbilhão de coisas que vêm passando na sua cabeça podem resultar em alguma confusão...
Daí que vem o tal refúgio num sorriso correspondido, e em palavras amáveis trocadas. Quando a gente procura muito uma coisa, encontra e depois pode perceber que não era aquilo que procurava... Tente não procurar muito, se entregue aos achados imprevisíveis, eles virão até você!
Mas eu sei que bem lá no fundo a gente torce pra estar certo, e se agarra num fiozinho de esperança...
Se precisar conversar, tô por aqui e tento ajudar nessas dúvidas súbitas.^^ rs
Mesmo tendo outras tantas fervilhando na minha cabeça..
Ah, e o msn eu ainda tô esperando, há alguns meses já.
Tudo bem que o comment virou um post, mas releva o tamanho e espero que tenha paciência de ler, é que ando me prolongando demais em todos os assuntos, coisa de gente chata..

bjs!

Goiano disse...

ai aiaia aiai
eu perco a linha com esses romances em inicio
acho tao bonitinho essa troca de olhares e inicio de cumplicidade
uahuahua
aiiii sou tao romantico qto a gorda do carrosel (a novela baby).
bjos

Léla PimenteL disse...

Poxa cara, eh uma merda ser homo nesse pohha de mundo hetero!!

Se vc curte o cara nao pode sair tentando, ou no fim vc vai fik sem um amigo!!

Espera um pouco...deixe clara suas intenções, sem ser explicito d+.

BjUUU

Jonatha Ferreira disse...

aproveita o momento da paixão que com certeza vai acontecer..
aproveita os melhores momentos ..

aproveita o que a vida te da e nao deixa escapar..

kah disse...

Nuss vc tah pop heim?

Desculpe pelo sumisso, mas realmente non tava com cabeça pra nada esse tempo q passei em off...

Parabens atrasado por ter passado na UERJ

o/

vou ver se acompanho direito o seu blog novamente!

o/