Unwelcome

terça-feira, 2 de setembro de 2008
Artesanato de Antonio de Castro

No domingo de noite, quando eu, passeando pelo Orkut dele, como não fazia há muito tempo, encontrei a tal foto, tudo o que eu pude fazer foi olhar. Fiquei um tempo olhando aquela foto, cada detalhe. O pulso com pêlos dele, a francesinha da unha dela, a maneira como ele quase guardava a mão dela por trás da dele e o anel.

O anel ficou na minha cabeça por um tempo e depois de um tempo aquilo se tornava uma tortura da qual eu achava que tinha merecimento. Eu devia passar por aquilo, para que, de uma vez por todas, eu pusesse um fim naquela história, que já tinha tido um fim... História que eu deixei recomeçar.

Depois de uma noite de choro, como eu não chorava há muito tempo, a manhã veio para fazer com que eu esquecesse tudo o que vi. Passar o dia com pessoas com quem eu não podia comentar o quanto estava triste me matava. Não poder conversar com a minha mãe me matava mais ainda.

A saída foi terminar de me torturar. Voltar à foto, salvá-la e postar no que é minha única válvula de escape. Confesso que nem consegui escrever muitas coisas e ainda não consigo.

A verdade é que nós já não nos víamos há umas duas semanas, talvez não nos falássemos desde o meu aniversário. Mas no meu aniversário, ainda, ele tentou se reaproximar, queria me ver, conversar comigo, me falava mais uma vez milhões de coisas bonitas.

E depois de nove dias ele noivava. E depois postava fotos do noivado. Tudo isso quando eu achei que ver fotos dele com ela não me fazia mais tão mal. Saber da vida dele já era suportável. Mas só até ele colocar um anel de compromisso no dedo dela e fotografar como um homem apaixonado faria.

Não que eu esperasse que ele fizesse isso comigo. Não. Só não esperava ver ele assumindo um relacionamento tão sério com ela agora, enquanto ainda ecoavam no meu ouvido as palavras de amor dele.

Agradeço aos comentários. Todos me ajudaram muito. Poder contar com pessoas, mesmo que elas estejam em formas de palavras de carinho digitadas num computador, foi muito reconfortante. Mesmo os que são importantes para mim e não comentaram. Eles saberão um dia que isso não faz a mínima diferença para mim.

Mesmo o comentário daquela Tatah Marley's Confissões. Fui conhecer a página dela e diferente do que ela fez, eu li o post dela e, coitada, ela consegue ser pior que eu.

Aqui vai um trecho do que ela escreveu:

“Vivo rodeada de angustias, tenho medo de ficar sozinha, virar lésbica, virar
emo, nunca mais me apaixonar por homem nenhum, medo de me magoar e afundar mais
ainda (se é que tem como), de acabar num manicomio, de uma dessas minhas
tentativas de suicidio acabar dando certo...”


Ela é uma menina atormentada. Mas obrigado por ter comentado o comment dela, Râzi. Suas palavras me deram bons momentos de risada.

Ouvindo: Don’t Explain – Cat Power

5 críticas:

Nadezhda disse...

Você não devia mais voltar no orkut dele. Ir cortando aos poucos, ou d euma vez. Se divertir, conhecer pessoas novas.

Sei que falar é fácil, mas eu já passei por coisas que não foram legais, mas essa foi a única forma que encontrei pra melhorar.

;)

Leo disse...

Eu concordo!
Some da vida dele!
Mas tenho certeza que ele vai aparecer, cedo ou tarde... e é bom que você esteja preparado!

Râzi disse...

Bom, quanto à sem senso, nem comento mais! Gente... suicídio?? Fala sério...

Meu querido, o que o Leo disse é certo. Ele aparece... vc pode contar... assim que o fogo acender e ele ver que a xoxotinha quentinha na namorada dele não fizer efeito! Aff!!

E sim, moro pertinho do Shopping! Não em frente, mas bem pertinho! Ali por trás do Buxixo, perto da padaria que tem ali.

Beijão, querido!

PS: Vc tem algum e-mail?

Râzi disse...

Ah, se tiver, me manda uma msg.

razi_zod@yahoo.com.br

Wagner disse...

Bom, tem pessoas que não percebeu que a vida reserva coisas muitos piores do que ser lésbica ou emo!
Mas sobre você adorei o blog! Sobre a situação: você já deve ter ouvido toda sorte de clichês, por isso só digo uma coisa: Para o bem ou para o mal são estas cirscunstâncias que nos tornam efetivamente humanos. Abraços!