Aulas

quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Artesanato de Antonio de Castro

O caminho não foi longo e eu sabia exatamente até onde chegar. Estava sendo guiado pela ansiedade que me consome a vida aos poucos. Naquele momento me consumia.

Os lances de escada não me assustaram, nem as portas – diversas – que surgiram no corredor. Algumas com números, outras sem e eu nem sabia até onde eu devia ir, onde procurar.

Até que o fim do corredor chega e antes que eu possa encostar em qualquer maçaneta e abrir uma das portas, ela se abre. A porta certa. A que eu escolhera desde o início. E revela você, de um jeito tão despretensioso, como eu nunca vira.

E me convida a entrar. Seu lar se abre para mim e de repente tenho a visão completa de sua alma. De repente consigo ver você correndo aqueles corredores ainda muito novo e me pego tão emocionado. Não acreditava estar presenciando aqueles acontecimentos de anos atrás.

Agora quem me guia é você. Dentro de você. A caminho do seu eu. A sua organização. Sua instituição. E eu me sinto tão a vontade nesse que é seu lugar. Nesse que é o que tenho que me sentir a vontade realmente.

O casaco é retirado, os pesos nas costas colocados de lado. Aproveita-se o silêncio. Ou sofre-o. Depois as conversas sem fundamento. A hora passando e nem um passo adiante. Eu sentia no ar que respirava nosso desejo de nos conhecer. De dar o tão esperado passo a frente.

Meio sem jeito eu andei. Trôpego. Mas andei. A caminho de você. Encontrá-lo e beijá-lo como há muito tempo queria. De início começo a achar que você nem está ali. Que estou sozinho e que tudo o que você faz é pensado e calculado. Desculpas por ter perdido a viagem. Que nem fora longa. Era tudo caminho.

E aquele era mais um. Para a tarde que seria a tarde de nossas vidas. Ou pelo menos a tarde daquele dia. O dia que termina com beijos longos, grudados. Abraços apertados e braços que se encaixam.

Conversa jogada fora. Conversa de namorados a voz reduzida. Sussurros. Excitação. Sentida com os sentidos mais que aguçados pelos olhos fechados. Nossos olhos fechados nos enxergavam e viam a nossa primeira felicidade.

Presa entre quatro paredes. E ela brincava ali dentro. Corria de um lado a outro, batia nas paredes de madeira e voltavam até o outro lado. Debatia-se naquele cômodo. Não se controlava de tão grande.

Estávamos juntos e foi tão bom.

Ouvindo: Intuition - Feist

9 críticas:

Anônimo disse...

ah, nem to triste não.. só to esquisito e estressado!
é porque um monte de problema resolvem me surgir logo no maldito fim de período!
Muito boa a música né? Eu gosto dele demais..

Com vc tudo certo?

Râzi disse...

Gente... ler com essa música faz mal pros olhos... eles lacrimejam!

Beijão,querido!

Leo disse...

EEEEHHHHHH
hehehe
fofo
muito fofo
Adorei o relato. Ficou ótimo o tempo.
Agora já vi que vai esquecer os amigos...
Olha que eu também cobro hein?! :p

Nadezhda disse...

Gostei do texto. Mas há algo nele, que é íntimo demais para eu compreender ;)

Pollyanna disse...

ÃÃÃiiiin, que liindo!! Tem um quê de... melancólico, apaixonado, seei la, ahahahaha

FOXX disse...

romaaaaaaaaaaaaaaantico!!!

Rafaela Abreu disse...

Todas as formas de descrever sentimentos verdadeiros são lindas. E quando alguém os descreve, tem um certo 'q' na alma, fica diferente. Que dê certo pra você! Enquanto dure... eterno!

Abraço.

K. disse...

=)
meigo

Paul disse...

Ótimo!!
Adoro essa sua escrita, que diz, mas nada escancarado.
Apenas entrelinhas...