Mais uma árvore

sábado, 29 de novembro de 2008
Artesanato de Antonio de Castro

Há um ano atrás, eu fui à árvore de Natal da Lagoa e nem me lembro seu fui na inauguração ou não. Só parei para refletir se fui na inauguração hoje quando reli o post que falava sobre aquele dia e vi que houveram fogos. Mas ainda não tenho certeza porque show eu lembro que não teve e pelo que tenho ouvido falar está sendo uma tradição ter show no dia da inauguração.

Também não lembrava as condições em que fui. E quando li me assustei. Era no mínimo irônico ri agora com um menino com quem estou saindo, quando no ano passado aquele passeio representava a possibilidade de uma vida não-homossexual, quando isso era um objetivo meu.

Hoje vejo que não é. Que não tenho mais vontade de sair com meninas. Que seria injusto com elas, pois nunca as daria tudo o que merecem, e seria injusto comigo, que deixaria de viver o que tenho que viver.

E ri, ao terminar de ler, lembrando da frase que dizia que ver a árvore da Lagoa era programa de casal. Não que eu e o menino sejamos um casal. Acho que ainda não somos – podemos caminhar para isso, mas ainda não somos.

Talvez não hajam pessoas solteiras vendo a árvore hoje mesmo. Talvez seja um programa de família, talvez seja até um programa de índio. Mas eu preciso ir. Porque vou estar com ele, porque será mais uma oportunidade de fazer com que a gente se aproxime.

Depois fiquei pensando em como eu sou uma pessoa que se aproxima facilmente das pessoas quando está apaixonado. De como fico bobo e acho graça de tudo. Talvez ainda não esteja apaixonado por ele, porque eu quase não rio das piadas dele. talvez eu nunca ache graça. Talvez eu nunca me apaixone. Ou talvez me apaixone. Talvez sejam só palavras antes de vê-lo. Talvez elas mudem como mudaram uma semana atrás.

Mas eu não vou ficar para sempre esperando aquele de quem eu ache graça. Aquele com quem nunca vai acontecer. Aquele que está sempre distante. Talvez até role um clima de vez em quando. Ou talvez seja tudo inventado, tudo fruto da minha imaginação. Talvez seja inveja. Ou quem sabe vontade de ter algo mais próximo ao sonhado. Algo que nunca se terá.

Sei lá.

Só sei que hoje eu vou à arvore, aquele passeio que a principio achei que não tinha nada a ver com programa de casal, mas que agora já me parece algo mais característico. Espero não ficar pensando milhões de coisas. Nem quando a árvore acender, nem enquanto roda o filme que vamos ver antes. Nem em momento nenhum.


Ouvindo: True Colors* – Cyndi Lauper


*homenagem

4 críticas:

Leo disse...

hehehehe
O que dizer?!
CASALZINHOOO :P
Divirta-se sem idéias pré-concebidas!

FOXX disse...

só te desejo boa sorte

Paul disse...

deixe rolar sem pensar no futuro.
a expectativa as vezes atrapalha!

Nadezhda disse...

Eu começei a fazer programas assim quando fiquei solteira. Estranho né! ;)