Super Size Me

terça-feira, 4 de novembro de 2008
Artesanato de Antonio de Castro

Estou cada vez mais viciado em comer. Tenho medo de para onde isso vai me levar. De repente a vida não tem quase graça nenhuma se não existirem as montanhas de calorias que eu tenho ingerido ultimamente.

Há algumas semanas meus domingos são de extremo tédio. E para satisfazer minha eterna ansiedade recorro ao modo mais arcaico: pizza. Metade frango com catupiry, metade calabresa, com borda de cheddar e bastante catshup.

Quando a pizza não é o bastante recorro ao segundo passo: ligar para minha melhor amiga e convidá-la para ir ao cinema. Sim, milhões de vezes não está passando filme nenhum que me interesse. Nem que interesse a ela. Mas o que ela não sabe que minhas lamentações por estar me sentindo sozinho num domingo à noite e tudo mais não passa de artimanha para convencê-la a me acompanhar.

E só há uma coisa que me tira de casa numa noite de domingo quando a pizza não vale a pena: Mc Donald’s.

Sim, eu tenho que sair de casa para comer no Mc Donald’s. e eu vou ao shopping só para comer no Mc Donald’s, depois que finalmente a minha amiga percebe que eu não tenho nada que me lamentar, que o que eu realmente quero é o consolo de uma boa McOferta do Cheddar, com Coca-Cola grande e batata-frita grande.

Nós comemos e vamos embora. Alguns quilos mais gordos e algumas moedas mais pobres. Aliás, tenho estado bem mais pobre depois que desenvolvi essa compulsão por fast-food. A coisa não chega a ser o olho da cara, mas se for ingerida todos os dias, fica bem salgado. Mas não tão salgado que me impeça de comer. E tem mais: o Big Mac do Brasil é o mais caro do mundo.

Como é que pode? Um país tão pobre com um sanduíche que custa... sei lá! Oito reais. Um sanduíche! Graças a Deus eu não pago por esse sanduíche. Porque eu odeio molho.

E com isso eu vou ficando cada vez mais pobre e cada vez mais gordo. E eu tenho uma grande tendência a obesidade. Se é que já não cheguei lá. Tenho vergonha de vestir as minhas roupas. Ainda que as ache lindas. Estou sempre me sentindo apertado nas minhas calças jeans preferidas e estou me sentindo bem... feio.

Mas nada me faz largar a comida.

Nem essa fase sem amigos muito presentes que estou passando. Já que a minha companheira de toda hora está namorando (mais uma vez), meus encontros com ela diminuíram de freqüência, mas quando não dá para ela me acompanhar para comer, eu volto para a velha e boa pizza.

E quando a pizza não me satisfaz mesmo, eu vou sozinho ao shopping para comer. Está virando um hábito. Sair do metrô, entrar no shopping, comer e voltar para o metrô para ir para casa.

Tudo o que eu queria era uma Mc Entrega. Mas descobri que o serviço do Mc Donald’s, que é novo, não entrega no meu endereço. É o fim. Não, não é o fim.

O fim é quando, sem opção, sem amigos e sem querer sair de casa sozinho para comer, eu decido partir para a última saída: Bob’s.

Eu odeio o Bob’s. da batata-frita ao guardanapo desenhado. Argh! Repugnante. Mas quando não tem tu, vai tu mesmo. E o Bob’s entrega aqui em casa, né?

Ontem estive conversando com a minha mãe sobre o assunto. Ela concorda comigo. Precisamos ver uma maneira de parar com isso, sanar essa ansiedade de uma maneira que não seja comendo desesperadamente, porque eu só estou engordando, acabando com o meu dinheiro e com a minha saúde.

Mas como?

3 críticas:

Nadezhda disse...

Uma das coisas que eu mais gosto de fazer é comer. E porcarias.
No meu caso não se reflete no físico, mas na saúde. (Na pele também).

Uma coisa que é a resposta para mim, não sei se para você também, mas conhecer pessoas novas talvez.

;)

FOXX disse...

olha q isso é um problema
não podemos substituir carinho por comida
não podemos mesmo

Paul disse...

pois é, acho q grande parte da humanidade tem esse problema, comer pra se consolar da solidão.

é a primeira coisa em q penso quando não tenho nada pra fazer!!

precisamos de mais distrações