Cinéfilo

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
Artesanato de Antonio de Castro

O carnaval acabou. Definitivamente. E com ele vem o desespero, os assuntos sobre o Oscar e o fato de eu só ter isto até agora o Curioso Caso de Benjamin Button. A semana passada toda eu estava tranqüilo, meus amigos (os virtuais ou reais) já tinham vistos pelo menos quatro filmes do Oscar e eu me consolava com o fato de que o carnaval seria no sábado e eu teria muito o que fazer.

Mas acabou e eu não vi os filmes.

Ontem eu saí do trabalho mais cedo. E fui ao cinema dedicado a ver filmes... no plural. E vi, acrescentando em um dia só, mais três filmes do Oscar à minha lista. Eu vi três filmes e nunca imaginei que ver três filmes no mesmo dia seja uma loucura tão grande, um entra-e-sai desesperado do cinema e uma pausa para respirar nos trailers.

O primeiro da noite foi Quem quer ser um milionário? E eu nem gostei muito do título aqui no Brasil, preferia que ele tivesse a tradução real do titulo original. E também não gostei muito do filem e fiquei imaginando que os outros deviam ser bem mais chatos e mal feitos do que o grande vencedor do Oscar.

A verdade é que eu achei que o filme ali foi feito de miséria, só mostrou uma vida triste de três meninos de rua interpretados por três atores sem-graças, salvo a menina, que era linda. Achei a trilha sonora maravilhosa, as imagens lindas e o filme é bem contado. O que eu não gostei mesmo foi da história. Achei chata, achei estranha, achei previsível. Para mim, não teve nada demais. Prefiro Cidade de Deus e Central do Brasil. Prefiro até o Benjamin Button.


Depois foi a vez de ver O Leitor. Eu adorei. Ela estava linda, a história é surpreendente. Uma outra maneira, longe normal, para falar sobre o holocausto. Sem mostrar as torturas, as mortes, as câmaras de gás. O que se vê ali é o que a guerra faz com as pessoas e que tipo de pessoas eram recrutadas para a guerra.

Além disso tudo, o filme mostra a relação linda entre um rapaz e uma mulher mais velha. As cenas são primorosas, bem feitas e de puro amor. Confesso que u prefiro ele lendo para ela do que ela gemendo para ele. E o menino que interpreta Michael Berg a maior parte do filme é maravilhoso.

Ele é lindo, David Kross. Em cenas de nu frontal em que eu quase fui ao delírio. Mas nada apelativo. O filme precisa daquilo. Precisa da nudez, do sexo. É parte da história. E nem fica vulgar. Fica... como fica na nossa vida. Aquela época em que a gente aprende a estar nu na frente do outro, quando a gente descobre como isso é bom.


A overdose Kate Winslet não é um problema para mim. Saindo de O leitor, entrei direto em Foi Apenas um Sonho. Antes de ver o filme imaginava que Revolutionary Road era um nome muito mais legal, porque era mais sonoro eu acho. Mas depois de ter visto o filme minha opinião mudou. Não há nome melhor para ele do que Foi Apenas um Sonho.

O filme me deu medo de crescer. Medo de me sentir frustrado. Eu não vi a minha vida, porque sou muito novo e tenho consciência disso. Consciência de que há muito o que sonhar e muito o que lutar para atingir os sonhos. Mas confesso que fiquei com medo de me perder no meio do caminho, porque muitas pessoas que admiro hoje sentem como se tivessem se perdido.

Eu, como bom megalomaníaco que sou, adorei a idéia de um casal não desistir de seus sonhos quando tudo faz eles acharem que sonhos já não são para eles. Adorei o casal interpretado pelo Leo DiCaprio e a Kate Winslet. E fiquei curioso em ver o desempenho do Sean Penn e dois outros indicados a melhor ator, porque esnobaram o Leo e Leo estava ótimo. Ótimo.




Ouvindo: Jai Ho – A. R. Rahman


Porque foi o melhor do “melhor filme”.

3 críticas:

João Allex Soares Mendes disse...

Adorei o Oscar!
Quem quer ser um milionário mereceu tudo o que levou, e fiquei feliz pela Kate e pela Penelope. Heath Ledger também!
Valew pelo comentário no meu, começando agora, sabe como é...
Abração!

Paul disse...

Nossa!! 3 filmes num dia!! Só faço isso quando to em casa, no cinema não!

Desses eu só vi o leitor. e adorei!! ela mereceu, está simplesmente perfeita!

E até conseguiu fazer cair uma discreta lágrima!! hahahaha

K. disse...

estou tão errado da vida em cinema que nem gosto de tocar no assunto
desatualizado é apelido carinhodo