O dia é de paz...

sábado, 14 de fevereiro de 2009
Artesanato de Antonio de Castro

Não houve Monobloco. Nem Fundição Progresso. Nem sequer a Lapa houve hoje.

O que houve foi uma ligação, às 14h, quando eu chegava ao Rio de uma viagem de trabalho a Magé. Na minha cabeça já surgiam milhões de motivos para ele desmarcar o encontro marcado para hoje à noite.

Nada diferente. O amigo tinha pego uma infecção intestinal e o proibira de ir ao último fim de semana do Monobloco sem ele.

Sem poder ir ao Monobloco, nem sair à noite por imposição do amigo, ele pediu para me ver à tarde.

Eu ia trabalhar. Sim. Mas não fui. Eu ia para a Lapa. Sim. Mas não fui tampouco. Nos encontramos em Botafogo e ele me pediu para eu levá-lo ao lugar que eu mais gosto na cidade.

Ele se surpreendeu quando pedi para irmos para a Zona Norte. Mas não há lugar a cidade que eu me sinta mais a vontade que aquele. Mesmo em dia de chuva. Mesmo em dia de semana.

A Quinta da Boa Vista.

Nem sei desde quando começou essa minha fixação pela Quinta, sei que tem a ver com o meu pai. Era com ele que eu ia quase toda semana. Correr, jogar peteca, ler o jornal daquele dia e comprar bolas grandes, daquelas que a gente não consegue abraçar.


Mas eu e ele nos abraçamos. Depois de muito andar, muito conversar. Ele me falou da família dele. Filho de família tradicional, daquelas que têm por tradição o banho com moeda de ouro exótica.

A mãe é descontrolada. O pai um amor de pessoa, a melhor pessoa do mundo – segundo ele. O irmão um delinqüente. Eles moram em Floripa e vivem em pé de guerra, como ele fez questão de me dizer.

A salvação era o intercâmbio, que se estendeu de seis meses para um ano e meio e mais de oito cursos fotografia. Sim, ele é fotógrafo – por hoby, mas é.

Eu falei de mim. Horas de conversa sentados na grama mais afastada, próxima ao lago, debaixo de árvores que tornava aquele o nosso canto da Quinta.

Quando vimos já eram seis da noite e ele quis jantar e disse que quem ia escolher era ele. Foi engraçado. Ele me levou no Outback, que eu ainda não conhecia. Eu adorei, apesar de ser bem carinho.

De lá fomos para o hotel, em Botafogo, onde ficamos conversando, vendo fotos da família dele no lap top. Onde ficamos namorando. Onde ele me disse que sentia ainda mais raiva da família por morar em Florianópolis e não no Rio. Onde ele me perguntou se teria chances comigo se inscrevesse numa faculdade aqui.

Imagine? Voltar pro Brasil! Proibi ele, controlando o rosto para não sorrir, de tanto que me ego estava inflado.

Cheguei em casa agora. Pensando como meus dias têm sido bons. Como esse menino chegou na hora certa e da maneira certa.

Ele não é o amor da minha vida, nem o namorado certo para os próximos anos. Mas ta com gosto de que vai ser o melhor fato do carnaval desse ano. Ta com gosto de beijo sem compromisso. Daqueles que eu nunca tive, que só duram o verão.

E eu estou adorando isso.



Ouvindo: Chasing Pavements - Adele

6 críticas:

Leo disse...

Que bom pqn! Em paz finalmente! :p

Kra, difícil isso de lugar preferido, hein? Tô até agora pensando em onde eu levaria uma pessoa que me pedisse isso... rss... não sei!
Ía acabar levando pra praia da Barra.. que é um dos lugares que eu melhor conheço.. ou a prainha.. mas.... sei lá! No máximo a praia vermelha! Já fiquei desenhando muito lá...
difícil! rs
abs

Raphinha disse...

Fico feliz por vc.
Quero um desses pra mim, há tempo que não beijo sem compromisso, sem pensar que amanhã~vou receber uma ligação e ouvir a voz daquela pessoa.

Pelo visto nem sem tanto compromisso assim.

Abraços.

Cara do Blog disse...

Que bom, e tão bom a gente se sentir desejado... Nossa adoro essa sensação, aproveita mesmo!

Rapha disse...

Dexa eu ver se entendi. Ele queria trocar o intercâmbio pra ficar aqui no Rio de Janeiro por você? É isso mesmo. Se for isso, ele com certeza não quer só beijo sem compromisso.

Aproveita hein. XD

Luis disse...

eu nem tinha visto que chasing pavemens estava aqui e acabei usando ela no meu texto tbm.. o cd todo da adele é otimo...

sobre o que contou, acho que deve ser a epoca, não sei, mas todos parecem estar achando pares. e torço para que o seu, assim como o meu, sobreviva ao carnaval...

beijos...
L.C.

FOXX disse...

e se eu te dizer que te ver assim
tão feliz
me encheu os olhos de lágrimas?