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sábado, 21 de março de 2009
Artesanato de Antonio de Castro

Ele estava me esperando. Sentado num banco, as duas malas estacionadas. E eu sorrindo, com meu típico sorriso de atrasado. Como sempre.

Nós nos abraçamos de mãos dadas. Eu senti o metal passando das mãos dele para a minha. E quando rompi com ele aquele laço pude ver a chave. Ela estava ali, nas minhas mãos e eu nem entendia como tinha chegado até ali.

Seu rosto era radiante. Só de me ver? Eu poderia fazer alguém que nem conheço tão feliz como ele estava querendo que eu acreditasse? Fomos andando até o taxi. Enquanto eu insistia para que ele me explicasse a chave que me dera, ele insistia que eu esperasse a gente chegar ao carro para podermos conversar.

Chegamos ao carro. Os dois sentados na parte de trás. As malas guardadas. O taxista rumando para Copacabana. Eu só esperava que ele me explicasse.


Ele sorrindo disse que era a chave do nosso apartamento. Nosso? Eu não lembro de ter um apartamento. Eu lembro de ter conversado com ele. Tirando da cabeça dele a idéia de morar juntos.

Eu não tenho dinheiro para sair de casa, não tenho maturidade para sair de casa, não tenho nem amor o bastante por ele para sair de casa. Mas isso eu não diria.

Segui calado o resto da viagem, enquanto ele contava como fora difícil se despedir da melhor amiga, como fora difícil convencer o senhorio dele a devolver os dois meses de aluguel que ele pagara antecipado antes de vir para o carnaval.

Ele reclamava por eu não ter ligado, dizia que sentira muito a minha falta.

Ele estava lindo, mais do que nunca. O cabelo cortado bem baixinho, como eu gosto, talvez porque eu gosto. A roupa era da mesma simplicidade de sempre. Uma simplicidade que me atraía. Calça jeans escura, camiseta cinza e sem estampa e tênis de corrida branco.


Ele só me falava das fotos que tirara nessas semanas e o quanto eu adoraria elas. Dizia que queria que eu postasse as fotos no Orkut. Dizia que queria conhecer minha mãe.

Chegamos ao apartamento. Era bonitinho. Um ovo, num prédio antigo mas bem cuidado, numa rua há menos de cinco minutos da Pedra do Arpoador. Levamos as malas para dentro e fechamos o apartamento. Os móveis eram bonitinhos apesar de simples também. Nenhuma madeira maravilhosa. Mesa de alumínio, armário do tipo Casas Bahia, sofá preto de couro sintético.

Sentamos, e nos abraçamos. Era o primeiro beijo depois de tanto tempo. E de repente eu percebi que ele era muito melhor do que eu podia lembrar. Ele era carinhoso, ele era romântico. Ele estava ali do meu lado, me beijando, passando a mão nas partes do meu corpo, como quem passa a mão em algo mágico.

Aquilo tudo estava mágico.


Ouvindo: The Sound Of Silence – Simon and Garfunkel

6 críticas:

FOXX disse...

eeeeeeeeeeeee

amigo
vc não precisa ir morar com ele agora
calma
mas vc já sabe que ele quer ter uma vida com vc

deixa de medo disso, diabinho!
vai que vai dar tudo certo
eu prometo q vai dar tudo certo

Alex&Elisa disse...

Um...não queria estar na sua pele..,mas enfim, tem gente que nasceu pra casar e ser feliz (não sou desse tipo, exceto pelo ser feliz...hohoho).

Sorte, boas risadas e uma breve reformulação dos móveis...pq "armário à lá casas bahia e couro sintético" não são lá muito afrodisíacos...

Beijos do Alex

Arsênico disse...

quiridjo... realmente vc não precisa deixar o conforto do seu lar... e seus móveis planejados... pra morar em um ovo de A.P...

mãs... vão se curtindo um pouco mais... agora ele já mora na mesma cidade que vc... perto de vc... quando quiser é só ir visitá-lo...

e se vc se apaixonar por ele more... os móveis serão o menor dos problemas... vc nem se dará conta disso...

curta o bofeenho... porque ele lhe tem A.M.O.R... e isso é tão raro...

***

Nadezhda disse...

Fiquei um tmepo sem aparecer?

Isso aconteceu? (Porque perdi muita coisapor aqui).

;)

du disse...

.aproveite. talvez espere um pouco para decidir sobre sua vida, mas não deixe de viver ao lado dele. poucos tem tanta coragem de abrir o coração dessa forma....

.abraço.

BinhoSampa disse...

More com ele, mas com uma condição, troca os móveis da casa bahia... rsrs

É uma decisão complicada e que tem que ser bem pensada para que não se arrependa posteriormente.
Não age pelo instinto mas sim pela razão...

Abs:-)