Potenciais Namorados Virtuais

Tem mais ou menos uma semana que eu não me masturbo. Ou mais. Antigamente era minha obsessão. Todos os dias eu me masturbava, às vezes até duas vezes por dia. Ou mais.

E eu não estou falando de muito antigamente, não estou falando da época em que eu descobri a masturbação, nem coisas próximas de doze anos de idade. Eu to falando de meses atrás.

Eu sinto que eu mudo de obsessão de tempos em tempos. Eu passei um tempo pensando só em sacanagem, um outro tempo fazendo só sacanagens e agora parece que sacanagem nenhuma me enche os olhos.

Há meses atrás, eu tinha medo de abrir uma outra guia no meu Internet Explorer com minha mãe por perto porque ela poderia ver que meus favoritos e mais visitados estava infestado de sites pornográficos, com homens peludos e mais velhos transando loucamente com meninos mais novos. Isso se chama fantasia sexual!

Hoje meus favoritos e mais visitados se resume ao chat da UOL, ao chat do Terra e a outros chats onde eu pudesse encontrar um namorado.

Eu sempre fui um adepto dessa cultura “Oi, tudo bem? Quer tc cmg?”, mas era algo esporádico. Um belo dia eu estava de bad, entrava, conhecia meia dúzia engraçada, meia dúzia mal educada e meia dúzia prepotente. Saía, ficava semanas sem voltar e o ciclo se fechava.

Ultimamente minha entrada nesses chats tem sido mais freqüente, digamos assim. E tenho conhecido mais pessoas interessantes. E tenho levado pro MSN mais pessoas também.

Foram tantos que tiveram o papo bom, tantos que se mostraram tão parecidos, tantos que demonstraram interesse e simpatia, tantos com os quais falei no celular, para os quais dediquei tempo... que abri um novo grupo no meu Messenger: Potenciais namorados virtuais.

Eu converso com eles, despretensiosamente. Eles me ligam, me mandam mensagens no celular, me chamam pra conversar no MSN. Alguns desaparecem e voltam. Outros só desaparecem. Eu lamento por um tempo, uns minutos, porque logo vem outro me chamar. Coleciono amores virtuais.

Coleciono chats nos meus mais visitados. E abandonei a pornografia. Sinto falta. Era uma sensação boa, poder aliviar a tensão todos os dias antes de dormir. Mas a tensão voltava quando a possibilidade de minha mãe descobrir os sites que eu visitava surgia.

Prefiro que ela descubra que eu visito a sala de namoro gay da UOL. Pelo menos é sinal de que a criação dela deu certo. De que eu quero uma relação estável. Nem que seja com um grupo no Messenger.